terça-feira, setembro 12, 2006

Rolling Stone no Brasil? Porra, já era hora...

Outubro desse ano promete ser um mês para se lembrar. Não só pelo aniversário deste (nada) humilde escriba mas pela nova invasão editorial da revista Rolling Stone em terras Brasilis. Já era hora, Argentina, Chile e México já tinham. Em 1972 a revista foi publicada aqui no Rio. Durou um ano e desde então nada. Agora com ainda mais nome e ainda mais grana ela retorna prometendo ficar desta vez. E como fica o mercado editorial brasileiro? Bem, a morte da excelente revista Zero, a hibernação da Bizz e o fim precoce e sem explicações das outras tentativas (só pra citar uma nova: alguém aí se lembra da finada Mosh?) dão uma pista de que publicar uma revista cultural, especialmente uma que depende muito de leitores jovens, no Brasil não é lá a coisa mais fácil do mundo. Sorte deles ter uma matriz internacional cheia de grana por trás.
Aliás, uma tremenda matriz. A Rolling Stone tinha como proposta conter matérias longas e permitia aos seus repórteres serem mais experimentais e essa liberdade rendeu bons frutos não apenas para a identidade da própria revista como também para alguns dos sues repórteres e colaboradores. Cameron Crowe foi repórter lá ainda adolescente e viajou com o Led Zeppelin e o The Who, experiência que mais tarde virou argumento para Quase Famosos seu quarto filme como diretor. Lester Bangs, um dos mais famosos de todos os críticos músicais e apontado como o primeiro a utilizar o termo punk na crítica musical também. Hunter S. Thompson o criador do jornalismo gonzo - estilo que foi definido na contracapa de um dos seus livros como uma mistura de jornalismo, literatura e contracultura - foi outro a achar o seu espaço nas suas páginas.
E falando em espaço cada versão da revista é dividida em metade de matérias traduzida da matriz e metade feita por jornalistas locais. É, agora é só esperar pra ver o que será feito com a nossa metade...